quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Conceituando Currículo e sua Integração com as Tecnologias

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Após a realização de diversas leituras referentes ao conceito de currículo foi possível identificar várias definições como: currículo formal, que corresponde aos planos e propostas pedagógicas; currículo em ação, que diz aquilo que efetivamente acontece nas salas de aulas; e o currículo oculto, que configura o não dito, formas de relacionamento, poder e convivência nas salas de aulas e escola como um todo. Currículo no conceito educacional tem por finalidade abranger os conceitos de estudo e programa de ensino, onde os mesmos buscam a melhor aprendizagem para os alunos. O currículo representa, assim, um conjunto de práticas que propiciam a produção, a circulação e o consumo de significados no espaço social e que contribuem, intensamente, para a construção de identidades sociais e culturais. Enfim, currículo é por conseqüência, um dispositivo de grande efeito no processo de construção da identidade dos alunos.
De acordo com Moreira, em indagações sobre currículo em seu fascículo “Currículo, Conhecimento e Cultura” o currículo é em outras palavras, o coração da escola, o espaço central em que todos atuam, o que nos torna, nos diferentes níveis do processo educacional, responsáveis por sua elaboração. E o papel do educador no processo curricular é fundamental. Ele é um dos grandes artífices, queira ou não da construção do currículo que se materializam em sala de aula. Daí a necessidade de constantes discussões e reflexões na escola, sobre o currículo, tanto o currículo formalmente planejado quanto o currículo oculto.
Dentre as várias contribuições que as tecnologias proporcionam ao desenvolvimento do currículo, podemos citar: articulação entre disciplinas e mídias digitais; troca de experiências por meio dos Blogs, fóruns, sítios..., são metodologias que levam em conta o interesse e as preferências de aprendizagem dos alunos.
A integração das tecnologias ao currículo se estabelece através de uma visão transformadora da escola objetivando desenvolver um espaço de experiência, ensino e aprendizado de forma eficaz, com o intuito de alcançar um resultado que supre as necessidades educacionais da escola. Vivemos a fase de mudanças na educação e a tecnologia educacional vem oferecendo meios para que a aprendizagem seja mais significativa, vivenciada e interessante, despertando e incentivando os alunos a participarem de atividades atrativas, além de valorizar sua autoestima, consequentemente contribui com o crescimento da qualidade do ensino.
Deste modo, a integração entre currículo e tecnologias potencializa mudanças na aprendizagem, no ensino e na gestão da sala de aula. Porém, essas mudanças se concretizam quando compreendemos a concepção de currículo que almejamos desenvolver, identificamos as características intrínsecas das tecnologias que devem ser exploradas em atividades pedagógicas com intenções e objetivos claramente especificados, bem como entendemos que “a questão determinante não é a tecnologia, mas a forma de encarar essa mesma tecnologia” (COSTA,2005),
O desafio nesse processo está na criação de um parâmetro de educação que esteja aberto para o desenvolvimento de propostas relacionadas ao currículo, metodologias de ensino e formas de atuação dos educadores considerando as contribuições que as tecnologias proporcionam para o processo ensino e aprendizagem.
Entretanto, vale ressaltar que a tecnologia por si só não é capaz de revolucionar e nem resolver todos os problemas da educação, mas a forma de explorar essa tecnologia, por parte dos profissionais da educação é determinante para que a mesma seja uma forte aliada na mudança de paradigmas. Neste sentido, verifica-se que as contribuições significativas à aprendizagem acontecem quando integrado a um projeto Curricular com clareza da intencionalidade pedagógica voltada ao desenvolvimento da capacidade de pensar e aprender com tecnologias.
De acordo com Maria Elisabette Brisola Brito Prado “o trabalho com projetos requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem e, conseqüentemente, na postura do professor. Hernández (1988) enfatiza que o trabalho por projeto “não deve ser visto como uma opção puramente metodológica, mas como uma maneira de repensar a função da escola”(P.49).” Essa compreensão é fundamental, porque aqueles que buscam apenas conhecer os procedimentos, os métodos para desenvolver projetos, acabam frustrados, pois não existe um modelo ideal pronto e acabado que dê conta da complexidade que envolve a realidade da sala de aula, do contexto escolar. Elisabette Brisola Brito Prado diz ainda que “ a pedagogia de projetos deve permitir que o aluno aprenda-fazendo e reconheça a própria autoria naquilo que produz por meio de questões de investigação que impulsionam a contextualizar conceitos já conhecidos e descobrir outros que emergem durante o desenvolvimento do projeto.”
Mas, para desenvolver projetos com sucesso no âmbito do currículo, é preciso repensar a função da escola e ter o aluno como foco principal. Portanto, o projeto precisa ser bem planejado, ter clara a sua intencionalidade, dando oportunidade de participação do aluno na escolha de temas para sua construção, fortalecer a sua autonomia, as responsabilidades, valorizar diferentes habilidades e não apenas a sua execução.

Maria Irce Gomes de Sousa

Porto Nacional, setembro de 2010

2 comentários:

  1. Oi Irce,
    Pensar num currículo numa perspectiva pós-moderna, pensa-se como são construídos os saberes particulares, quais as práticas discursivas que constroem os sentidos entre as pessoas no seu cotidiano escolar.
    Abraços,
    Evina

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  2. OLÁ IRCE,
    O seu comentário sobre currículo estar maravilhoso, gostei do seu comentário e de suas idéias a respeito do conceito de currículo . Elvirene .

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